segunda-feira, 8 de março de 2010

Holi



8 de Março - short, blusa e 1 edredon

Dia 1 de Março foi dia de Holi - Festival das cores. Tava super na expectativa sobre esse dia que todo mundo fala tanto. Os indianos endoidam com o Holi. Acho que é o festival que eles mais gostam depois do Diwali. Todos falavam: You're gonna have sooo much fun. Dai a primeira dificuldade: onde passar Holi? Como a idéia da comemoração é jogar tintas em pó e água na galera o simples fato de estar na rua já te faz um alvo fácil. E como tem espírito de porco em todo lugar algumas pessoas jogam ovo e alguns homens aproveitam pra pegar onde não deve na mulherada. Isso significa não ficar dando bobeira na rua ou talvez nem ficar em Delhi e ir direto pra uma festa na qual você sabe que não vai dar rolo. Como no dia anterior era o festival do elefante em Jaipur e ninguém de Kalkaji B resiste a um paquiderme (ainda mais todo enfeitado) lá se foi a família quase toda pela segunda vez a Jaipur. Depois de umas tentativas frustradas de procurar um outro apartamento pra morar (a aiesec esta querendo mudar a gente de lugar e estamos mantendo um plano B na carteira....nunca se sabe) fomos pra Jaipur no final do dia. Domingo de manhã umas comprinhas pelo mercado da cidade velha. Detalhe super importante: Comprei um saree. Ai agora vou arrastar meu saree pelo mercado demais. Assim que ficar arrumadinho eu mando uma foto. Se é que eu vou conseguir aprender a vestir esse trem algum dia. À tarde seguimos para o estádio onde o festival seria. Nunca vi tanto elefante junto na vida (tudo bem que qualquer 3 elefantes juntos pra mim já era demais). Todos enfeitados com pinturas, tecidos, ate piercing, tudo naquele exagero indiano, mas tudo muito lindo. Antes de entrar ficamos ao redor do estádio. Dai você tá bem conversando de repente passa um elefante em alta velocidade. Dai você leva uma rabada ou orelhada. Quando a gente cansou de ficar prestando atenção pra não levar uma elefantada entramos no estádio. Novamente lugar especial para estrangeiros. A gente se sente mal, mas venhamos e convenhamos eu não sou indiana e não aguento qualquer parada. A mestre de cerimônia anuncia que haveriam alguns jogos e que todos poderiam participar. Corrida com balde de água na cabeça (surpresa: a água era roxa), cabo de guerra entre indianos e turistas hehehe aff e holi nos elefantes (duas pessoas montadas num elefante jogando tinta nas outras...esse era muito legal, mas claro acabou rápido). Lá pro meio do festival a gente tava querendo matar a mulherzinha berrando no microfone. Mas tudo bem. Primeiro o desfile pra eleger o elefante mais bem ornamentado. Tarefa difícil. Dai a mulher explica que na Índia quando você quer elogiar uma mulher você diz que ela anda tão graciosamente quanto um elefante. Ah fala sério maluco! Os meninos já olharam pra gente (eu e Kim) com aquele cara. Dai eu já disse: quem me chamar de elefanta vai levar. Depois começaram os jogos. La vai eu pra competição de cabo de guerra. Quando vi eu era a única mulher, dei um passo pra trás, fingi que não era comigo e sentei na grama hehehe. Sorte a minha porque a corda arrebentou e todo mundo caiu no chão. Os meninos conseguirem participar do holi nos elefantes e ficaram daquele jeito. Cobertos de tinta em pó da cabeça aos pés. Fomos pro hotel tomar banho e depois festinha dos trainees da AIESEC. Combinamos de nos encontrar no dia seguinte pra comemorar com eles.
Chegado o tão esperado dia. Dificuldade pra tomar café...tava tudo fechado. Na rua toda hora passava alguém sujo. Quando saímos do quarto o dono do hotel já veio com tinta pra cima da gente. Na rua uma cena que já é comum, 3 indianos em uma moto só ou as vezes 4 ficou mais engraçada ainda com as tintas. Seguimos pro parque onde combinamos de encontrar o pessoal. Uma família indiana estava lá também. Nos deram comida e bebida. Todos muito solícitos. Música de fundo. A criançada pirando com aquele tanto de estrangeiro pra correr atrás. E a gente pirando com aquele tanto de criança jogando água. Era tinta pra tudo quanto e lado. Você para inocentemente pra tirar uma foto e leva uma baldada de água na cabeça. Aquela meleca. Muito divertido. Todo mundo muito animado, o astral tava ótimo. Cada hora chega um e fala: você ta muito rosa. Te enche de outra cor. Ai agora você tá muito amarela. Aff. Ficava o tempo todo tentando fugir da tinta azul escura que é muito difícil de sair. E claro todo mundo quer passar bem na sua cara. Depois de tantas trocas de cores posso dizer que fiquei guapa viu??? Mas ficar correndo no sol e levando tinta cansou rápido. Voltamos pro hotel. Banho rezando pra tinta sair. No chão do chuveiro não parava de escorrer água rosa. Seu eu mexia no cabelo aumentava. Um certo pânico no ar. Saia do banho toda hora pra olhar no espelho. Calma tá saindo hehe. Mas em alguns lugares a tinta ficou. Felizmente tudo fácil de cobrir pra ir pro trabalho. Saio do quarto e me deparo com um happy drunk smurff. O Luis da Costa Rica, novo integrante da família, tava sem camisa todo azul e bebendo cerveja. Que cena! O Matt todo rosa. O pobre do menino e loiro...aff dai a tinta não sai direito. Almoço rápido, todo mundo quase todo limpo e hora de voltar pra Delhi a tempo de ter uma noite de sono descente. Dessa vez resolvemos voltar no ônibus dos locais, mais conhecido pelos estrangeiros como shity indian bus. Nossa senhora da bicicletinha protege e vamo que vamo. De um lado 2 poltronas do outro 3 e sem divisórias. Sentamos bem atrás do motorista. Visão interessante a não ser pelo quase acidente. Um caminhão fechou o ônibus. Tava tentando entender por que demora 6 horas pra percorrer 261 KM. Ainda não sei porque a estrada e surpreendentemente boa, todo em pista dupla e como a Fernão Dias pedágio pra todo lado. As paradas seguem o naipe do ônibus. Na ida restaurante legalzinho. Na volta banheiro indiano sem luz.
Chegamos em Delhi e travamos a maior batalha de todos os tempos com os motoristas de rickshaw. Mas baia a gente não aumento o preço. Vencemos. Pelo menos a gente acha que vence né? O importante é ser feliz. Mais um banho. Mais água rosa no chão. Roupas de molho no balde. Cama pelo amor de Deus.
No outro dia, da faxineira ao chefão, todos com algum vestígio de tinta. Aqui na TCS como só tem 2 estrangeiros no prédio todo mundo é moreno de cabelo escuro e ninguém tava de cabelo rosa. Mas no escritório de Mumbai me disseram que tava bem engraçado. Lá tem mais estrangeiro. Meu coordenador tinha tinta na orelha que eu acho que ele ainda não viu kkkk. Um dia com uma coceirinha de leve por causa da tinta. E agora já todos recuperados.

Aviso aos navegantes: ano que vem vou comemorar Holi ai no Brasil....certeza.

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