terça-feira, 20 de abril de 2010

Calmaria

short, blusa, ar condicionado quando dá (quando ligamos os 3 a luz cai...isso não é glamour)

Menos viagens, mais trabalho, muito calor, uma vontade imensa de não fazer absolutamente nada no domingo. Nada mesmo. Nem comprinhas, nem turistada, no máximo passeio no parque e cineminha. Mais calma, à procura do centro.

O que está na minha cabeça agora?

Você foi!
O maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci
Você foi!
Dos amores que eu tive
O mais complicado
E o mais simples prá mim...

Você foi!
O melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade
Faz lembrar
De tudo outra vez...

Você foi!
A mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu
Você foi!
O caso mais antigo
E o amor mais amigo
Que me apareceu...

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...

Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer
Decidi te lembrar
Quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder...

Ah!
Você foi!
Toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi!
O melhor dos meus planos
E o maior dos enganos
Que eu pude fazer...

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez....

Alguém guenta? kkkkkk Roberto Carlos? Ah mas eu confesso que acho lindo. Deve ser minha mãe soprando no meu ouvido.

E eu continuo aqui nessa Incredible India, fazendo planos de me enganar, enganos de me encontrar e estradas de me perder. (Sabiá - Chico Buarque)

Prometo que vou arrumar uma confusão semana que vem só pra contar aqui.

Namastê!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mais perto do céu

14 de Abril - Short, blusa e ar condicionado comendo solto

Feriado a vista, planos traçados. Virei mãe e guia turística hehe. No primeiro final de semana de Abril fomos pra Manali. Tipo de lugar que nunca pensei ver por aqui. Em se tratando de Índia acho que nosso imaginário sempre será ignorante. Depois de visitar cidades no deserto, cidades enormes e insanas, planejar idas pras praias do sul, cá estava eu indo pras montanhas geladas. Sai do calorzão de Delhi e fui pros pés congelantes dos Himalaias. Lugar simplesmente fascinante. Montanhas enormes com neve no pico, céu azul, lindo, ar puro, cachoeiras, natureza fantástica. Com certeza mais pertinho do céu.
Partimos na quinta à tarde. Saí do trabalho e fui pra parada do ônibus (aqui não tem rodoviária direito) de metro com o Niels. No caminho o resto do povo liga dizendo que os rickshaws entraram de greve e tava difícil de chegar. O governo de Delhi pretende acabar com o transporte privado (rickshaws no meio), dai nossos bahyas motoristas resolveram mostrar que são necessários. Vixi nem vi a cidade direito, mas deve ter sido um caos. Hora do ônibus partir, aflição, mas todos a bordo. Incredible India, you just have to try harder - esse é meu novo lema.
No caminho as 14 horas de viagens foram interrompidas por um jacu sem nada pra fazer que jogou uma pedra na janela do ônibus. Isso nos atrasou duas horas. Um tanto de indiano tentando arrumar uma gambiarra pra podermos continuar a viagem. Eu me segurando pra não dar palpite. Resolvi dormir. Acordei em Manali. Desci do ônibus e senti a força da altitude. Achei que não ia sentir, a cidade não é tão alta, mas lá estava eu brigando com um motorista pra levar a gente pela metade do preço que ele queria cobrar e fica tudo preto. Uiui vamos respeitar as montanhas.
Fomos direto pra uma agência de um francês gente boa. Já tava tudo quase no esquema, só faltava escolher as atividades e pechinchar o preço. Tudo certo! A aventura começa.
Primeiro dia rafting. Fomos de jeep pro rio. Cidade cheia de jeeps acelerando e passando marcha pra lá e pra cá...ai adoooro o barulho (cada um com suas esquisitices). No caminho queixos caídos. Não importava quantas vezes a gente passasse no mesmo lugar a reação era a mesma. Contemplação total. Silêncio. Era só entrar num carro que todo mundo ficava calado. Acho que a paisagem e a música tibetana de fundo nos levava pensar na vida. Além disso, meu pensamento tava longe aquele final de semana. Era roubado com facilidade. Respira fundo. Mas ai desce do carro e a falação começava de novo. A Ellen se encarregava de 90%. Se alguém acha que eu falo muito, pois é a Ellen fala mais. Começamos a descer as corredeiras. Todos marinheiros de primeira viagem. Fui logo pegando um remo e vamo que vamo. Água incrivelmente gelada. Mesmo assim o guia do bote conseguiu nos convencer de pular. Culpa da minha empolgação. Achei que ia virar pedra. Gelado, mas revigorante. Depois remava que nem uma louca pra ver se esquentava. Mais corredeiras e saímos de rio. Minha brasilidade não deixou nenhuma roupa impermeável passar dos quadris, então tava toda ensopada e ainda ia demorar uns 20 min de jeep pra voltar. Uiui. Chai antes de voltar pro hotel. Chai na chegada. Banho quente. Tava nova.
Segunda dia. O mais esperado. Fomos voar de paraglider. Mais voltinha de jeep e pensamentos furtivos que logo foram levados a realidade de novo. A gente ia ter que escalar a montanha pra chegar na plataforma. Os guias que sobem todos os dias umas 5 veses naquela velocidade e a gente só na falta de ar. Chegamos e todo mundo passando a vez pro outro. O que??? Ninguém quer ir eu vou primeiro demaissss. Equipamento. Corre um pouquinho e relaxa. Depois de ver a vista por baixo de dentro do rio, agora a visão maravilhosa de cima. Claro que minha câmera quase caiu lá de cima. Pousei estrategicamente sentada em cima de um barranco kkkk. E fiquei sentada olhando os outros saltarem. Recomendo vôo livre. Bom demais. Na próxima quero saltar de pára-quedas.






Voltamos pro hotel e fui dar uma volta na cidade. Super pequena e com umas casinhas super interessantes. Muitas vacas presas na frente da casa como se fossem carros estacionados. Uma tinha acabado de parir. Fui olhar o bezerrinho que não parecia estar bem e quase levei uma chifrada. A vaca ficou me olhando e mugindo ate que eu sai de lá. Medo hehe. À noite jantarzinho chique. Delicioso. Final de noite na varanda do quarto aprendendo sobre as estrelas que quase não consigo ver daqui. Som do rio de fundo. Perfeito.




Terceiro dia trekking. Lá se vamos nos pras montanhas. Duas israelenses e uma alemã se juntaram ao grupo. Ai nem preciso falar mais da paisagem maravilhosa. Milhões de fotos. Passamos por umas vilas construídas há uns 500 anos atrás. Enorme sensação de que aquele povo ainda vive como na época do inicio da vila. Mais vaquinhas. Crianças encantadas com os turistas e nos encantados com elas. Durante a caminhada, como não dava pra falar (falta de ar por causa do super preparo físico) comecei a pensar na vida daquele povo. Sem mordomias, numa simplicidade enorme, sem celular, sem televisão, internet, sem carne, sem muitos doces, sem vícios, tranqüilidade, o tempo parece que passa diferente. Acho que não conseguiria viver naquela vilazinha, mas com certeza sai de lá querendo mais equilíbrio.



Sobe montanha. No fim da caminhado uma chuva fininha se aproximou levando o sol. O frio começou a apertar. Nem fomos pra ultima parte do trekking. Tava até doendo pra respirar de tão frio. Mais chai. As israelenses nos contaram que faziam parte do exército. Em Israel o serviço militar e obrigatório a todos. 2 anos para mulheres e 3 para homens. Muitos resolviam continuar e entrar pro exército de vez. Elas disseram que o serviço deve sim ser obrigatório porque é muito importante saber lidar com as inúmeras situações que eles enfrentam todos os dias. Fiquei pensando como e viver num país não pacifico, apesar de que em muitos lugares do Brasil não estamos longe da violência. Era intrigante ver como elas falavam do exército e dos ensinamentos. Aquilo pra elas era como a religião. Forte. Bonito por ver a devoção pelo pais e pelo povo. Triste por pensar na violência e no pensamento fechado em que elas pareciam viver.
O jeep chegou e nosso ultimo passeio no silencio. Fomos pegar nossas malas e direto para o ônibus. Atrasadinhos. Oops. No meio daquele tanto de ônibus e a gente tentando achar o nosso. Lá estava ele com uma gambiarra melhorada na janela quebrada. Não concertaram hehe. 14 horas de volta a Delhi. Sono pesado, corpo cansado, mente limpa, olhos encantados, coração acelerado.
Dessa vez tive que ir direto por trabalho.

Assim como o Brasil agora acho que a Índia é abençoada por Deus e bonita por natureza. Mas que beleza. Ok podia ser menos louca e menos empoeirada aqui pros meus lados. Que bom que sempre podemos dar uma escapadinha.

Caminho da Indias versão aieseca - Cap 3

14 de abril – short, camiseta, ar condicionado (post mega atrasadoooo)

Mudei de casa! Agora to chique toda trabalhada no ar gelado….

Capitulo 3 - Agra e o Taj famtasmagórico

Na quarta feira chegamos de Khajuraho de manhã, trabalhei durante o dia e fomos pra Agra a noite. Agra é a cidade do Taj Mahal e eu queria porque queira ver o nascer do sol lá, por isso fomos a noite. Além disso, durante o dia aqui já tá muito quente e andar sem sapato no mármore branco nem rola (putz chegamos lá e tinha uma meia pra colocar por cima do sapato…nem precisava tirar hehe).
Dessa vez a Jane, a boneca russa que divide quarto comigo agora, foi com a gente. Pegamos o trem. Novamente classe sleeper porque era o único vagão com lugar sobrando. O Lucas já acostumado e a Jane horrorizada. Hehe. A viagem que deveria durar 3 horas durou 5. O trem parava toda hora e a gente naquela impaciência. Mesmo sendo sleeper não deu pra deitar. Ficamos sentados naquele conforto no maior papo russo. Aos poucos nos rendemos aos olhos pesados. E chegamos em Agra. 3 da manhça. Ah pra onde vamos. Ficar na estação é que não rola. Vamos pro hotel mais chique daqui (da rede The Taj que pertence a Tata) e vamos ficar de bobos no lobby, dai tomamos um café e pronto. Nada bobo. O The Taj não permite entrada a noite. Aff. Depois de rodar horrores com o rickshaw perdido entrei num hotel com todo meu charme kkkk (vi que não ia rolar de simplesmente aparecer lá porque o lobby tava as moscas. Pedi encarecidamente pro recepcionista deixar a gente ficar. “Mas moço eu não tenho pra onde ir.” Quase que uma lágrima de crocodilo cai. Ele deixou. Quando fui chamar os outros dois vi que cada sofá do lobby tinha um funcionário dormindo kkk. A beleza então a gente se mistura. Cochilada. Acordamos as 5 da matina, trocamos dinheiro e rumo ao Taj Mahal. O recepcionista disse que dava pra ir a pé. Tipo 20 minutos. Conseguir um rickshaw ali não era opção, então a pé fomos. Uma escuridão danada e a gente fingindo que não tava com medo. Mas parecia ser seguro. Era uma base militar. Passamos um parque a mil por hora.. Chegamos no portão em 5 minutos. Primeiros da fila. Compramos o ingresso e outra fila . Acertamos o guia que no final era um pé no saco hehe. Acho que no Taj não precisa de guia não. Leia que é uma tumba que o príncipe Shah Jahan construiu para a princesa Mumtaz como disse Jorge Ben Jor. E que foi construído em 22 anos. Foi muito rápido.
Passamos o portão e o guia resolver explicar umas coisas do lado de for a. Nem moço quero ver o Taj agora que esse sol já tá saindo. Quando passamos pelo segundo portão lá está ele. Como tava amanhecendo tinha uma neblinasinha de leve. O taj ficou parecendo um fantasma flutuando. Lindo demais. À medida que fomos andando ele foi se “materializando”. Mais lindo ainda. À medida que o sol ia subindo a cor do Taj ia mudando. O guia falando e a gente nem prestava atenção. Fotos e mais fotos. Tinha que ter a foto perfeita no Taj já que não tive na Torre Eiffel hehe. Fomos aproximando. Fotos. Fotos. Entramos com a meinha bonita que deram pra gente. Por dentro lindo também. A réplica dos túmulos (Shah Jahan por fim foi enterrado lá também) e uma decoração linda de flores feitas com lascas de pedras. Cada uma de um país. Fotos e mais Fotos. E saímos. Valeu a pena a madrugada acordada e a crocodilagem no hotel. O Taj é lindo mesmo.





Dispensamos o guia e fomos tomar café da manha. Depois entramos numa lojinha meio sem querer, que vendia prata. O vendedor com todos os fusíveis queimados de haxixe kkkk. Uma peçaa rara que só. Sentamos lá e batemos o maior papo com ele. Compramos tudo que a gente precisava. De prata a papel higiênico e fomos pro Agra Fort. A essa altura o sol já tava de rachar e a energia foi só baixando. Rodamos o forte mais ou menos. Fazendo filmes e a Jane achando graça da gente. Mil fotos depois. Resolvemos ir embora. Só um pequeno detalhe. Ainda faltavam umas 6 horas pro trem sair hehe. Fomos pra um hotel e subimos pro restaurante. Vamos almoçar aqui por 6 horas hehe. Almoçamos e descemos pro lobby. “vai gente, faz cara de quem sabe o que tá fazendo. Se mistura nos hospedes ai.” Dai a pouco tivemos a brilhante idéia de tentar adiantar o trem. Fomos pra estação. Aff que ingenuidade. Já tava tudo lotado. E agora. Voltar pro hotel é que não rola. Pizza Hut então. Limonada, cerveja, sorvete. 3 horas sentados hehe. Comemoração de aniversário. Funcionários dançando. Sono pedindo pelo amor de Deus. Ok vamos voltar pro hotel. Na maior cara de pau. Sentamos junto com os hóspedes que estavam esperando o ônibus deles chegar. Detalhe eles estavam lá desde a primeira vez que entramos no hotel hehe. Cochilada boa e de volta a estação. Dessa vez a classe era sitting. Fiz tudo errado. Peguei sleeper na ida e sitting na volta. A gente naquele sono. Só batendo cabeça. Dessa vez eu tinha certeza que uma galinha ia aparecer. Tinha uma família nos bancos do lado e no da frente. Ah que delicia…todo mundo embolado e a gente no meio hehe. Mas no fundo foi bonito ver a família. Eles ficam todos juntos. Primos, tios, irmãos, pai, mãe. Todo mundo feliz mesmo naquele perrengue todo. Bonito de ver, mas dai a ficar feliz também... Feliz e minha cama agora meu bem.
O trem chegou na hora. Eta felicidade. Mas quando eu cheguei em casa tinha 250 mil pessoas lá. Além dos 7 que iriam se mudar pro ap novo estavam o louco do Yoshi que, mesmo depois de conseguir um ap pra ele vai lá pra casa todo dia pra usar a internet e as vezes morre no sofá, a Janice também tava esperando arrumar um lugar pra morar e a aiesec, mesmo sabendo que nos mudaríamos em 1 semana mandou dois irmãos do Cazaquistão. Super lotação. Mas ok eu tava um caco tomei banho e fui dormir No outro dia labuta.. O Lucas saiu pra encontrar com a Mari. E Todo mundo saiu pra uma festa. Ficamos eu e Jane zumbizando.
Sexta à noite baladinha. Sábado compras insanas. Eu já não tinha mais dinheiro. Final do mês é foda. Mas o Lucas tava desenfreado. Entre em loja e sai de loja. Troca dolar. Loja de saree. Paraíso de bolsas. Pulseiras. Acabei comprando uma coisinhas também.
Ai hora triste de dar tchau. Osso, mas fazer o que? A semana acabou.
Viagem maravilhosa que só uma boa companhia pode dar. Lugares e perrengues incríveis que só a Índia pode proporcionar.

Realmente Incredible India !!!!

Saudades Biotch!!!