terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Short Stories

26 de janeiro - 2 moletons e 3 cobertores

O incêndio da máquina de lavar

Estávamos em casa como sempre num dia de semana normal a noite. Estava eu conversando com Matt e Kim na sala, pensando se deveríamos sair ou não naquele frio. De repente Rodolfo sai do quarto e diz que a máquina de lavar roupa está funcionando. Aparentemente ninguém estava lavando roupa. Matt foi checar e disse que estava tudo bem. O Gergo tinha deixado a roupa dele. Rodolfo, não muito satisfeito, volta pra cama. Depois de um tempo Rodolfo sai do quarto de novo. Eu disse: Menino vai vestir uma roupa direito. Dai ele ficou achando que a roupa não era apropriada e eu dizendo que era só por causa do frio. O Matt dizendo pra ele vestir mais camadas. Enfim, depois de 15 minutos discutindo como ele consegue ficar de short nesse frio ele diz: Ah bye the way I think the washing machine exploded! Que?????? Como assim menino??? Dai saímos todos pra varanda, onde a máquina fica, e tava pegando fogo por dentro.
- Vou pegar água. Eu disse.
- Nãooooo. É eletricidade. Não pode jogar água.
- Tira da tomada então!!!!!
- Cadê o extintor de incêndio?
O Matt dá uma risada daquelas. Ai Letícia você realmente acha que tem extintor de incêndio?
Dai as meninas pegaram os baldes e os meninos ficaram na máquina olhando. Nada como homens que trabalham. Depois de uns 5 baldes a máquina ainda pegava fogo. Tava difícil de atingir o lugar exato. Dai viramos a máquina e mais água. Ai a água começou a acabar. A gente rachando de rir. Que cena mais engraçada. Todos correndo com baldes, a máquina em chamas e o quarto todo molhado. Por fim apagamos o bendito fogo. Ninguém tava entendendo nada. Como isso começou? Veredicto: Gergo deixa as roupas pra lavar as 16h e sai pro mercado. O programa durava 25 minutos. Kim chega em casa e tira a máquina da tomada pra carregar o celular. A tomada fica dentro do quarto dela. Rodolfo chega em casa vê a máquina desligada e liga na tomada de novo. Como não tinha muita água o motor ficou doido e pegou fogo.
Precisamos de 3 pessoas pra incendiar uma máquina de levar. Naquele dia Gergo got fired and his clothes got on fire.

Dia da Proclamação da República

Dia 26 de Janeiro é dia da Proclamação da República na Índia. Dai os estrangeiros felizes foram assistir a parada militar no centro da cidade. Acordamos a 6 da manhã, com uma neblina que só fazia a gente querer sair da cama feliz, e saímos. Pegamos uma frota de rickshaws depois de vários minutos negociando o preço. Os motoristas se divertindo competindo pra ver quem vai na frente. A área ao redor do desfile estava toda fechada então tivemos que andar um bocado. Assentos com números marcados, sujos e molhados. Nice. Com a solidariedade do povo ao redor conseguimos jornal pra todos sentarem em cima. Quase na hora da parada começar a neblina fica super pesada. Eeeee não vamos ver nada. De repente uma mulher começa a falar em híndi. Bla. Ai num certo momento todo mundo pula da cadeira e fica parado. Hino nacional com disparos de canhão. Dai começa o desfile. Até que foi bem legal. As fardas são uma atração a parte. Tudo muito lindo. Os indianos tem loucura por cavalos. Quando vem a contingência montada eles todos começam a falar: horses, horses. E quando passa o presidente todos dão tchauzinho. Hehe. Quase não era necessário seguir o programa pra saber que grupo era aquele que estava passando porque os indianos queriam mostrar que sabiam. Air force, Air force. Navy. Delhi Police. Rajasthan Police. Dai de repente passa uma contingência montada em camelos. Legal demais. Ai nenhum indiano se impressionou. Camelo aqui é mais comum que cavalo. A banda vem logo atrás também montada nos camelos. Tocar e montar o camelo deve ser difícil. Caminhões de guerra, aviões, caminhões tanque. Depois umas atrações culturais. Danças. E saímos a procura de restaurante. Tuuudo fechado. Well Mcdonald it is. Aqui no MC só tem frango e peixe. Voltamos pra casa e cama. Dormi a tarde toda. Uiui….agora vamos sair e amanhã de volta ao trabalho.

domingo, 24 de janeiro de 2010

De 37 para 5

Hey hey, pessoas. Cá estou eu de volta com mais histórias. A vida já está ficando normal devo dizer, mas nunca sem surpresas. Sempre tem pelo menos um maluco na rua ou em casa pra dar risada.
Sai dos 37 graus de Mumbai e vim parar nos 5 graus impressionantemente frios de Delhi. Jesus amado….frio demais. Um dia estava sentada na sala dentro de casa e tinha fumacinha saindo da minha boca. Assim não dá.
Dessa vez quando cheguei no aeroporto alguém foi me buscar. Dai resolvi ir logo pra casa dos trainees e pular a fase de ficar no apartamento da TCS. Em Mumbai foi até legal, mas os 5 empregados atrás de mim o dia todo querendo saber se eu queria comer já estava me deixando sem graça. “Dinner Madam?” Is it good Madam?” “Coffe, Tea? E também já estava louca pra sair da mala.
Cheguei em casa e estavam todos esperando o jantar que o japonês, maluco estava fazendo. O apartamento é legal e grande, mas somos 9 aqui. Por enquanto tô gostando muito de morar aqui, e o tanto de gente ainda não incomoda, mas vamos ver como evolui. Gergo, o húngaro que dança samba e gosta de fado. Bea a húngara que é nossa guia turística, Satoshi, o japonês maluco que sempre chega em casa de capacete e no início eu realmente achava que, julgando pela maluquice do sujeito, ele usava o capacete como se fosse um gorro por causa do frio, mas não ele realmente tem uma moto. Matt, um polonês que quer me colocar na mala e me levar pra Polônia. Brunna, brasileira que já está nos deixando. Rodolfo, brasileiro que quase morreu de gastrite por causa da comida na primeira semana. Yoshi, japonês menos maluco. E Kim, canadense faz tudo. Estamos todos nos dando muito bem.
No primeiro dia de trabalho não fazia idéia de como chegar no lugar. Dai peguei o ônibus com um dinamarquês que mora na outra casa de trainees. Ele tava meio atrasado e saiu andando igual um louco e eu atrás correndo (eu achava que minha perna era grande). Quando ele olhava pra trás pra ver se eu estava acompanhando eu parava de correr e fingia que estava tudo bem. Chegamos no ônibus e conseguimos sentar, mas ai o trem foi enchendo, enchendo. Vixi. Tem um lado só para mulheres e se algum homem estiver sentado elas pedem pro cara levantar. Achei bom isso hehe. Todas as janelas tem barras de proteção porque os indianos tem verdadeira paixão por andar pendurado nas coisas. Sai do ônibus e pega rickshaw. Primeira vez aqui em Delhi. O trânsito é bem menos caótico, mas depois de quase ter virado tomate amassado e peixe morto intoxicado a nova aventura aqui é virar estátua de gelo. Na verdade eu até queimei meu nariz com o vento gelado como se estivesse torrando no sol. Meu nariz está até descascando Ludmila e Leandro, se estivessem aqui, já estariam me relembrando do meu apelido de praia dos velhos tempos.
Cheguei no trabalho bem atrasada, mas tudo bem. Conheci meu chefe e o coordenador. Esse é meu time. Mr. Mahesh e Yogendra que eu jurava que era mulher, Os dois são ótimos e pacientes. Me mostraram a empresa e fomos almoçar. Nos primeiros dias o Yogendra ia comigo pra me ajudar a escolher o prato. Agora eu tenho que me virar sozinha, porque os dois trazem comida de casa. Isso é bem comum na empresa e eles até tem um tamanho de marmita especial, pra fazer jus ao tipo de pratos e porções indianas. Às vezes continuo não fazendo idéia do que estou comendo. Só rezo pra não ser apimentado. A empresa tem uma cantina com um almoço tipo self service que não me agrada e os mini meals (prato feito). Tem sempre 5 opções de mini meals. Dai eu fico lá parada olhando e vai na sorte mesmo A comida é até muito boa. O primeiro dia que fui escolher sozinha tinha chicken numa das opções. Dai eu pensei “uh é isso mesmo que vou comer”. Dai o homem vai e me serve uma coxa de galinha com molho e chapati (um tipo de pão). Opções: ou eu como com a mão ou como com a mão. Aqui eles não usam faca pra nada. Só tem colher e garfo. Daí lá vai eu comer na frente do meu chefe com a mão. Que desengoço Meu Deus. Fiquei sem saber se podia usar a mão esquerda, mas foi mal, não consigo só com uma mão. Até aprendi como deve se fazer com os dedos, mas… Hoje em dia não tem mais problema usar a mão esquerda pra comer, mas alguns tradicionalistas não gostam. Me sujei toda hehe. Mas foi bem. Um amigo indiano me disse que não via problema em comer com a mão, a única coisa é que você as suja. Uai gente, mas é por isso que eu uso talher hehe. Engraçado como essa coisa de comer com a mão muda outros gestos como pedir dinheiro na rua dizendo que esta com fome. O pedinte leva a mão a boca ao invés de colocar a mão na barriga.
Eles aqui comem o dia todo. Dai a tarde, as 16:30 hora do chai. Adooooro chai. Eles colocam gengibre e acho que minha garganta ainda não pifou por causa disso. O Yogendra sempre gosta de me mostrar alguma coisa nova pra comer então pediu um Bread roll. Tipo de pão frito recheado de batata. Como tudo na índia bem leve e pouco calórico. Ele me vem com o trem pelando de quente e me dei um garfo. Ótimo vou poder comer com talher. Mas não, ele partiu o bolinho e pegou com a mão. Oh meu Deus o trem tá quente. Voltei por computador e nem sentia meu dedo que ficou dormente hehe. Tô começando a me preocupar com essa comilança e comida gorda. Me disseram que aqui os homens emagrecem e as mulheres engordam. Realmente essa índia é injusta: pobreza, displicência do governo, mulheres engordando. Assim não dá.
Bom pra voltar pra casa, depois da loucura da ida, descobri que a empresa oferece transporte e o ônibus para bem perto de casa. Nossa como eu fiquei feliz. Não precisar usar transporte público na índia é uma coisa muito reconfortante. Todo meio de transporte público aqui é lotado. O motorista do ônibus, o Neeraj, filho do Raj com a Firange estrangeira, adooora a buzina do ônibus. Nossa buzina o tempo todo. Um dia ele deu uma freiada brusca e não ouvi nenhum barulho, dai fui ver que tinha um tanto de vaca atravessando a rua. Pras vacas ele não buzina.
Com esses dias que estou passando aqui deu pra perceber que pra ser indiano você tem:
- que dirigir com uma mão só porque a outra fica na buzina.
- que ter incrível noção de espaço (que às vezes falha segundo meu post anterior)
- que ter ouvido seletivo para saber que no meio de tantas buzinas aquela é pra VOCÊ sair da frente.
- andar pendurado em algum lugar: trem, ônibus, rickshaw.
Esses dia voltando pra casa me peguei com um sorriso enorme na boca. Tava simplesmente olhando pela janela e observando. Gente como aqui é diferente. Observar os detalhes é simplesmente mágico. Como as pessoas se mexem, como andam, como conversam, como comem, como pedem dinheiro, como reagem ao ambiente, como vivem nessa sujeira. Já tinha vivido outras culturas, mas todas bem próximas da minha em certa forma. Parecia somente que usava uma lente diferente. Aqui parece um crivo diferente, estou olhando pra outro lado. Realmente Incredible Índia.

Próximo post vou contar sobre minha viagem para Jaipur. É pai eu também prometi que não ia viajar no primeiro mês pra me ajustar, mas….oops não posso ouvir falar em estrada.

Saudades de todos!!!!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Primeiras confusões

Bom depois de um rápido e-mail só pra dizer que estava viva e tinha chegado bem, e na verdade nem todos receberam, resolvi parar para escrever minhas primeiras impressões sobre a Índia.
Cheguei em Mumbai as 2 da matina depois de 3 aviões, 4 aeroportos, 4 filmes e 5 amigos pelo caminho. Dois dias inteiros entre aviões e aeroportos. Uiui. Como de se esperar ninguém da AIESEC apareceu por lá. Mas bem, liguei para uma trainee que se ofereceu pra me buscar e 20 minutos depois ela estava lá toda sorridente. Demoramos uma hora pra achar onde era o apartamento da TCS. Primeiro impacto: aqui os endereços são completamente loucos e nenhum motorista sabe se orientar direito (primeiro ponto em comum entre Índia e eu). Imagina se você quer chegar na minha casa (pros que sabem onde eu morava em BH) assim: Avenida do Contorno edifício Marcelo Costa AP 305, e se você tiver sorte alguém te avisou que é perto do rei do pastel. Difícil né? Mas depois de tanto perguntar chegamos. O AP é bem legal e fiquei sozinha por duas noites até que chegou uma trainee da Rússia. Demorei 2 dias pra entender o nome da criatura. Aygul. Só depois que eu vi escrito no crachá dela me arrisquei a chamá-la pelo nome. O AP tem 3 quartos para duas pessoas, que nem sempre estão cheios, e 5 empregados. Ainda não consegui entender bem qual é a dos empregados. Eles ficam zanzando em outros aps (o prédio é todo da TCS). Fixo mesmo só um faxineiro/mordomo e um cozinheiro. Dai os outros aparecem e nos servem também. Temos café da manhã, almoço e jantar, só pedir que eles fazem, mas já ouvi que rola uma continha no final da estadia hehe.
Depois de dormir um bocado pra não deixar o jetleg me matar no reveillon peguei um rickshaw e rezei pro bendito homem me deixar no lugar certo. Como sempre o motorista não sabia onde era o endereço. Cheguei na casa da trainee que me recebeu no aeroporto (Nihan da Turquia) para a festinha de Ano Novo que ela ia dar com o pessoal que não viajou. Primeiro acesso a internet, ligação pros parentes e e-mail da Mari Moura (da AIESEC BH) dizendo que estava em Mumbai. Ela acabou aparecendo por lá. Foi ótimo vê-la logo de cara. A festinha foi meio parada, mas as pessoas eram legais. Eu também tava meio cansada então nem me importei muito. Como a festa acabou tarde e eu não tava afim de me aventurar sozinha com outro rickshaw dormi na casa da Nihan. No dia seguinte fui dar umas voltas com ela e mais outras duas pessoas que conheci na festa (uma turca e um indiano. Mais pra frente fui descobrir que os dois estão morando juntos escondidos da família dele, que é super tradicional e não aceita uma firange estrangeira kkkkkk). Me mostraram a parte turírstica da cidade e como me virar no bendito trem de Mumbai. No final de semana tudo bem, mas na hora do rush Deus nos acuda ou Ganesha. O trem tem capacidade para 1.700 pessoas, porém na hora do rush (8h as 11h e 18h as 23h, tipo a hora que você precisa do trem mesmo) andam cerca de 7.000. Sentiu o aperto ai?
Nesse dia pude finalmente ver a cidade de dia e fora do rickshaw (como eu sou uma pessoa gigantesca por aqui meu campo de visão fica totalmente restrito tanto no rickshaw como no Taxi). A visão é totalmente diferente de qualquer coisa que eu poderia imaginar. Tem pobreza por todo canto. Gente, muita gente na rua atravessando a de qualquer jeito. Rickshaws loucos por todos os lados. Totalmente caótico, mas desde o início achei divertido. É impressionante ver como esse povo consegue sobreviver. Realmente existe certa ordem no caos. Pra atravessar a rua então, aff. Mas agora já to esperta hehe. No meio dos prédios grandes e com fachadas arrumadinhas, sempre tem uns barracos, mesmo nas áreas mais nobres da cidade.
No outro dia, fui dar umas voltas com a Mari e o amigo dela Alex e já começamos a dar as primeiras cabeças de turistas bobos. Andamos que nem loucos pra ver um templo e depois pegamos um ônibus eterno que demorou duas horas no trajeto. Mas teve bom.
Domingo fui pra uma ilha para ver umas cavernas com templos para os deuses, especialmente Lord Shiva. Essas cavernas, onde moravam as pessoas da época, são datadas de 450 a 750 AD. Muito legal o passeio. Na ida, quase chegando na ilha, o motor do barco esquentou, aquele fumassé saindo no chão do barco. Ai que legal. Todos que trabalhavam no barco empenhados pra concertar o motor e esqueceram de olhar pra onde o barco estava indo. Como estávamos perto do porto..BUM…batemos num barco atracado. Depois de navegar uma hora naquele mar limpo de meu Deus eu só pensava: “Ai minha nossa senhora da bicicleinha não quero morrer nessa água. Eu ainda não assinei contrato, ainda não tenho seguro.” A turca e o indiano rachando de rir de mim. No fim deu tudo certo, batemos de leve, em dois segundos a policia estava lá e fomos pro outro barco e já descemos pra ilha. Todos se salvaram hehe. Na subida pra caverna vi toda a decoração indiana que minha mãe comprou aqui há uns 25 anos atrás. Muito legal. Já eu não comprei nada porque vou esperar o primeiro salário entrar . Na volta, ao som de Monobloco, tudo correu bem. Jantar e trem de novo. Pega ticket, marca o ticket, entra no vagão só de mulheres (aqui os vagões são separados) competindo por um lugar pra sentar (ai minha filha vai brigar comigo? Olha meu tamanho kkkk.). As mulheres em sua grande maioria usam roupas típicas. Algumas moças mais jovens usam jeans e camiseta, mas de resto todas usam Sari e Chudidar (uma calça mais justa com uma bata e um lenço. Bem igual a novela pros que ficavam criticando hehe). Aqui em Mumbai to podendo usar minhas roupas sem problemas, mas acho que em Delhi vou ter que fazer umas comprinhas indianas. Nem to muito feliz com isso não. Vamos ver. Já os homens usam calça social e camisa. Uns mais arrumados e outros mais estilo Agostinho Carrara. Uma gracinha hehehe.
Dai a mamata acaba, primeiro dia na TCS. Mas já descubro que a primeira semana será só papeladas e dois dias de treinamentos que duram somente 3 horas. Minha tarefa de terça era tirar uma foto kkkk. Pra entrar na TCS temos que passar por uns mil seguranças, no câmeras, no pen-drive, detector de metal.
Hoje tivemos treinamento em outro prédio, segurança pra lá, portaria pra cá, ID, assina 3 listas e enfim o treinamento. Passaram a história toda da família Tata e a importância que ela tem pra economia da Índia. Depois almoço na cantina, novamente sem ter idéia do que estou comendo. Tava pegando bem leve com a comida, pra ir me acostumando com o tempero. Agora já estou me aventurando um pouco. Dei sorte hoje, nada apimentado. Dai cineminha pra relaxar. Fomos eu a Russa. Em Mumbai veja um filme de Bollywood. Pegamos um rickshaw e dessa vez o motorista era doido, na verdade ruim porque doidos todos são. Quase 5 acidentes e 2 batidinhas de verdade, mas normal ninguém nem sai do carro hehe. Tickets com acentos marcados. Quando fui mostrar o ticket pro lanterninha, ele me pede pra ficar quieta. Todos do cinema se levantam. E na tela o hino nacional. Gente que coisa não? Me segurei pra não rir. Um videozinho mais brega com um povo cantando o hino. Ai sim o lanterninha me mostra onde eu sento. O filme era ótimo, mas em Híndi, ai já viu né? E no meio do filme sempre rolam umas músicas e as famosas dançcas dos filmes indianos. Muito engraçado. Peguei só o geral. 1:30 depois intervalo. Todos saem para comer e voltam pra mais 1:30 de filme….ai que piada. Saímos e pegamos outro rickshaw. Passamos por um lado bem legal da cidade, cheio de lojas de sari. E quem disse que a vida não tem trilha sonora? Depois de achar que estavam nos atacando (ouvi duas batidas) começa uma música no rickshaw. O cara tinha um super sound system kkk. Recém saídas de Bollywood eu e a Russa começamos a dançar. O motorista do rickshaw rachando de rir e a gente tocando a buzina kkkk. Aqui eles buzinam o tempo todo. Como ninguém usa retrovisor esse é o jeito de avisar: “Ow to aqui ta?” Dai como o cara não sabia o endereço para pra perguntar toda hora. Uma vez desceu do rickshaw numa rua que descia. E quem disse que o freio do trem funciona. Ai saio eu doida do rickshaw e pulo no banco da frente pra pisar no freio. Dai vem o motorista gritando achando que a gente ia fugir hehe. Eta cara de marginal. Mais uns 2 possíveis acidentes e chegamos em casa vivas. UFA, mais um dia na Incredible Índia.

Time of my life

No começo de 2009 estava eu buscando não sei o que na internet. Eis que surge uma tal de AIESEC. Gostei da proposta de desenvolvimento de liderança e resolvi participar do processo seletivo pra ver de qual era. Na primeira palavra sobre intercâmbio da VPOGX já tava louca pra viajar de novo. Bem que meu pai disse que voltei do segundo intercâmbio: "Agora você para né minha filha?" Paro demais pai hehe. Oops não resiste. Dai veio a ideia de ir para um lugar diferente. Quero choque cultural. Ásia....Índia. Isso. É pra lá que eu vou. Tata. Quero trabalhar lá. Vou dar meu jeito hehe. Depois de 9 meses maravilhosos ao lados de meus novos amigos e os meus queridos amigos já existentes sempre dizendo que eu era louca, depois de mil entrevistas na Tata e etapas que surgiam do nada cehgou o bendito e-mail. Dear Leticia I am happy to inform that you are aproved. Please let us know when you can be here. Ai minha nossa senhora da bicicletinha dai-me equilibrio. Os preprarativos da viagem se misturaram com os preparativos da formatura e desarrumação de apartamento. Nossa quase fiquei louca. Agora a ficha caiu: é Leticia você é doida mesmo!!!! Tava tudo dando certo. Tava indo pra onde eu queria e ia trabalhar na Tata Consultancy Services. Mas ainda faltava alguma coisa. Eis que surge a música. O tema dessa viagem que estava por vir. (Valeu Iza) Time of my life - Green Day. Agora tava tudo fazendo mais sentido. Mas ainda com um friozinho enorme na barriga.
Nesse blog vou contar minhas experiências na Incredible India. E realmente espero viver the time of my life. Estou a procura do que me espera. E vamo que vamo.

Time of my life

Another turning point
a fork stuck in the road
Time grabs you by the wrist
directs you where to go
So make the best of this test
and don't ask why
It's not a question
but a lesson learned in time

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life

So take the photographs
and still frames in your mind
Hang it on a shelf
of good health and good time
Tattoos of memories
and dead skin on trial
For what it's worth
it was worth all the while

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life [X3]